Material para advento: “De onde brota a esperança?“

Material para advento: “De onde brota a esperança?“

Renas em apoio ao grupo CV (Christ Vision), compartilha o material “De onde brota a esperança?“. Confira abaixo a primeira devocional para o advento e baixe o conteúdo completo:

DIA 1:

“Sem forma e vazia” (em hebraico, Tohû wabohû). Essa é a des- crição do mundo que encontramos na primeira página das Escrituras (Gn 1.2). A terra estava vazia, desorganizada, caótica, imprópria para a vida. E é ali que Deus começa a agir. Do ambiente de caos e morte para a ordem e plenitude de vida.

Por que começar o período de Advento falando da escuridão e do caos de Gênesis 1, quando geralmente imaginamos as narrativas do nascimento de Jesus com figuras de luz e harmonia?

A teóloga Fleming Rutledge nos relembra que, para adentrarmos a experiência real do Natal, precisamos abrir os olhos para o mundo onde Jesus encarna e se torna luz e vida: um mundo de violência, pecado e distância de Deus, ou seja, ausência da possibilidade de vida. Sem escuridão, a luz não se revelaria tanto. Sem compreender as trevas que temos em nós e ao nosso redor, não compreendemos a densidade e o preço da encarnação e da obra de Cristo.

Pausemos sobre esta palavra hebraica registrada em Gênesis 1: tohû. Ela descreve algo sem forma, desarranjado, fora de ordem, caótico, incerto, impróprio para a vida. É como imagino que o carpinteiro José descreveria seu mundo logo após saber da gravidez de Maria, sua noiva. O futuro deles foi completamente tomado por uma inesperada mudança, além do possível escândalo e da acusação de adultério: o “casal” (note as aspas aqui!) não estava pronto para dar à luz o Emanuel. Não era hora, não era o jeito, mas, sim, o Salvador lhes foi confiado.

Não é de se admirar que o primeiro diálogo da parte de Deus com José e Maria incluísse para cada um as palavras: “Não temas” (Mt 1.20; Lc 1.30). É humano ter medo no caos. Conviver com o caos e esperar, pela fé, que a vida floresça apesar da aparente desordem é um ato de confiança no “Deus que ressuscita os mortos” (2Co 1.9). Ao confiar, os jovens José e Maria contemplariam a paternidade e a maternidade, seriam transformados de uma tragédia particular de um casal em salvação e uma benção para todos por meio de seu filho (um eco do que os primeiros capítulos de Gênesis nos apresentam). O bebê nascido no tohû prevaleceria contra as trevas que assolam o mundo.

Em meio às situações que nos surpreendem e nos deixam perplexos, podemos descansar no consolo de que o mesmo Deus que estava em Jesus, atravessando o caos particular de José e Maria, está dentro da intimidade de nossa casa e família, interagindo conosco e auxiliando-nos mesmo em meio a todos os desarranjos que parecem tirar qualquer possibilidade de completude e contentamento.

Nas minhas e nas suas trevas, ele pode renascer e trazer luz. Com esse ponto de partida, ao reconhecer o mundo como tohû, enxergamos o Natal de Jesus como a luz que brilha nas trevas “e as trevas não prevaleceram contra ela”. Nenhuma escuridão que presenciamos pode limitar o agir de Jesus Cristo.

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