Desde setembro de 2001, a Miqueias tem feito referência à definição de Missão Integral contida na Declaração Miqueias a qual afirma o seguinte:
A missão integral, ou transformação holística, é a proclamação e demonstração do evangelho. Não significa simplesmente que a evangelização e o compromisso social tenham que ser levados a termo lado a lado. Antes, na missão integral, a nossa proclamação tem consequências sociais enquanto convocamos as pessoas ao amor e ao arrependimento em todas as áreas da vida. E o nosso compromisso social tem consequências para a evangelização enquanto damos testemunho da graça transformadora de Jesus Cristo.
Se ignorarmos o mundo, traímos a Palavra de Deus, a qual requer que sirvamos ao mundo. Se ignorarmos a Palavra de Deus, não temos nada que oferecer ao mundo. A justiça e a justificação pela fé, a adoração e a ação política, o espiritual e o material, a transformação pessoal e a mudança estrutural estão todos unidos entre si. Como na vida de Jesus, ser, fazer e dizer estão no âmago de nossa tarefa integral.
Um dos perigos que enfrentamos como cristãos envolvidos no trabalho de ação social é a tendência de evitar e até mesmo desgostar do que entendemos por evangelismo (proclamação). Sentimo-nos cômodos em responder ao chamado de Jesus para sermos suas testemunhas em tudo o que fazemos, mas incômodos na hora de dialogar e compartilhar as Boas Novas. Este incômodo aumenta quando nos deparamos como o fato de que o Evangelho nos chama ao arrependimento e à fé em Jesus.
Por que isso acontece?
Poderíamos, compreensivelmente, fazer referências aos métodos agressivos, coercitivos e intimidadores que foram utilizados ao longo da história para “converter” as pessoas. Com toda razão, devemos nos distanciar desta forma corrompida de testemunho que expõe uma agenda egoísta, centralizada em si mesma e motivada por números, em vez da mensagem restaurativa e reconciliadora da Cruz.
Em nossa repugnância por esta forma imperialista de evangelismo, podemos ir para um outro extremo, o universalismo. De acordo com esta visão, acredita-se que devido Cristo ter morrido por todos, todos estão reconciliados, apesar de que muitos ainda não sabem disso. Nesta visão, não é necessário que as pessoas se convertam, mas que apenas se conscientizem!
O que devemos fazer?
(Lucas 3:10 e versículos seguintes)
A multidão perguntou a João Batista como seria o arrependimento na realidade. Sua resposta foi muito clara:
- Aqueles que têm devem compartilhar com os que não têm.
- Ninguém deve subornar ou extorquir dinheiro, mas sim viver uma vida honesta e íntegra.
- Aqueles que detêm poder não devem se aproveitar disso para ganhos próprios.
O que viabiliza a capacidade de tão radicalmente mudarmos a maneira como vivemos?
Arrependimento e compromisso em seguir a Jesus.
Outra maneira de expressar isto é nos afastarmos do pecado e dos ídolos (tudo o que é contrário a Deus) e nos voltarmos a Jesus (tudo o que ele é, tudo o que revelou e tudo o que nos chama a ser). O Espírito Santo está envolvido em todos os sentidos, já que para podermos nos arrepender e ter fé, precisamos que o Espírito Santo nos liberte. Precisamos que o Espírito Santo derrame uma nova vida em nós e, assim, possamos nos tornar uma nova criação, capaz de começar a escolher os caminhos de Deus.
Ao compartilharmos as Boas Novas, cooperamos muito com o Espírito Santo. Com integridade, testemunhamos sobre o que Cristo fez e fundamentamos as Boas Novas aplicando-as às nossas vidas de uma maneira prática, demonstrando o Reino de Deus. Isto é transformação!
Sheryl Haw
Diretora Internacional Miqueias Global