Ganhou manchetes em mídias como Folha de São Paulo, Valor Econômico, O Dia, Congresso em Foco, Estadão, Revista Fórum e Agência Brasil a iniciativa de líderes evangélicos que pedem a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados.
Ontem (28), por volta das 16 horas, foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Casa, um documento (manifesto) com assinaturas de líderes de igrejas, instituições e movimentos evangélicos pedindo a saída “imediata” de Cunha da presidência. O manifesto, que já conta com quase duas mil assinaturas, está disponível na internet e ainda pode receber adesões.
A ação não é liderada por uma única organização, e no documento os líderes afirmam que é uma “iniciativa apartidária”.
“…As ações do Deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados e que se identifica como evangélico, merecem repúdio. As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública”, diz o documento.
“Sendo assim, como evangélicos que prezam a ética, a verdade e a justiça, concordamos quanto à insustentabilidade da permanência do Deputado Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados e posicionamo-nos a favor de sua imediata saída”, conclui.
Ao protocolar o documento na Câmara, os líderes evangélicos disseram que vão continuar coletando assinaturas pela saída de Cunha. “Como evangélicos, não concordamos com as práticas de corrupção, e queremos manifestar aqui o nosso pedido de saída”, disse o pastor Welinton da Silva, da Igreja Metodista de Brasília (DF).
A manifestação ocorreu no dia em que o Conselho de Ética da Casa concedeu a Cunha dez dias para apresentar sua defesa. Denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato, Cunha é acusado, entre outras coisas, de mentir à CPI da Petrobras ao dizer que nunca teve contas bancárias na Suíça, quando investigadores provaram o contrário.
Fotos: Nádia Junqueira e Thiago Vilela