Quem trabalha com ação social, atende pessoas para as quais a vida não é uma festa, que não tem tradições natalinas, nem recursos para responder aos apelos do comércio no Natal, onde as privações, o sofrimento, as penúrias fazem com que elas tenham que depender da ajuda de outros para sobreviver.
E no ano novo, época propícia para pensar no futuro, sonhar com novidades, mas que encontra pessoas que receberam tantos “nãos” na vida, que sonhar com algo melhor não está na esfera das possibilidades.
É neste cenário que precisamos lembrar o que aconteceu antes do nascimento de Jesus. Onde ele estava? O que fazia? Encontramos aí a dança da Trindade, a PERICONESE, (Pr 8:22-31) termo grego que descreve a existência divina como uma alegre brincadeira de roda, uma dança rodopiante de exuberância criativa e arquitetônica, experiência musical, em que há pertencimento mútuo, regozijo, comunhão, amor.
A Bíblia descreve então a KENOSIS, quando Jesus se esvazia do seu poder divino para depender do poder do Espírito Santo, pois, “ a si mesmo se esvaziou, tornando-se em semelhança de homem” (Fl 2:7). Jesus assume uma humanidade pura, lúcida, convicta da sua identidade e do propósito da sua existência.
Este esvaziar tem a finalidade de convidar e buscar a todos os que o seguem, a sua Igreja, para participar da PERICONESE, da dança divina.
Esta é a mensagem, ela precisa ser proclamada, vivida e praticada para aqueles que desaprenderam de sonhar e para os que a vida não é uma festa.
Que proclamar esta mensagem com palavras e ações, continue sendo o nosso propósito na RENAS.
Gerhard Fuchs – Grupo Coordenador RENAS