A 200 metros da rodoviária de Boa Vista, capital de Roraima, a primeira imagem que se tem da praça Simón Bolívar é de caos e insegurança. Barracas espalhadas no meio de uma grande rotatória, pessoas vagando, sujeira. Nas conversas com os venezuelanos da praça há uma narrativa em comum: buscam emprego para bancar despesas, sair das ruas e para ajudar os que ficaram para trás na Venezuela.
Entre os muitos relatos, todos contam de patrões que pagam menos que o justo e de calotes. Ainda assim, qualquer trabalho vale para assegurar a própria sobrevivência e a da família. (Fonte: Uol Notícias)
Diante da escalada da crise na Venezuela que leva cada vez mais venezuelanos a cruzarem as fronteiras rumo ao Brasil em busca de uma vida melhor, o Governo de Michel Temer assinou, em fevereiro deste ano, um decreto reconhecendo a “situação de vulnerabilidade” em Roraima. O Estado é a principal porta de entrada dos imigrantes que fogem da crise de abastecimento de alimentos, do colapso dos serviços públicos e de uma inflação de 700% no país vizinho. A prefeitura de Boa Vista estima que cerca de 40.000 venezuelanos já tenham entrado na cidade, o que representa mais de 10% dos cerca de 330.000 habitantes da capital. (fonte: El Pais; foto: Eduardo Knapp, Folhapress)
Pontos de Intercessão:
# Segundo estudo realizado pelo Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do trabalho, e com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) — a maioria dos venezuelanos não indígenas vivendo em Roraima é jovem, possui boa escolaridade, tem atividade remunerada e paga aluguel. No entanto, entre os que trabalham, 51% recebem menos de um salário mínimo e apenas 28% estão formalmente empregados. Oremos por melhores oportunidades e condições de trabalho para estes jovens.
# A mesma pesquisa indica que os venezuelanos indígenas que vivem em Roraima apontam a fome como motivo de seu deslocamento. A maioria dos indígenas do sexo masculino não exerce atividades econômicas em Boa Vista. Já as mulheres continuam realizando o trabalho que faziam antes de migrar, como pedir doações em vias públicas, produzir artesanatos e costuras. Intercedam conosco por políticas públicas inclusivas para este grupo. (Clique aqui para ler o resumo do estudo)
# Por fim, oremos para que nossa identidade como “peregrinos e forasteiros”* nos impulsione a responder ao chamado para acolher e cuidar do estrangeiro** de forma que a hospitalidade se transforme em uma prática comum em nossas igrejas.
* 2 Pedro 2:11
** Deuteronômio 10:18-19
Fonte: Boletim da Tearfund