Mulheres e crianças primeiro

Mulheres e crianças primeiro

O ebola mata em questão de dias; o Zika, entretanto, compromete uma vida inteira ao atingir a criança ainda no útero materno, podendo ocasionar a microcefalia. Mulheres e crianças brasileiras (e de várias outras regiões do globo) vivem a angústia de serem os mais vulneráveis entre os atingidos por essa epidemia.

50% dos lares brasileiros ainda não têm coleta de esgoto, que muitas vezes é lançado in natura nos rios e corpos d’água; há precariedade no processamento do lixo; a ininterrupta impermeabilização dos solos dificulta a drenagem da água da chuva. Esses são alguns dos fatores que tornam o Brasil um ambiente extremamente propício à proliferação do Aedes aegypti.
A cultura da miséria favorece a cultura do mosquito.

Em 2016, o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica é o Saneamento Básico. Organizações religiosas participaram na última terça-feira de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para discutir ações conjuntas do governo com as igrejas no combate ao mosquito e às doenças que ele provoca.

Igrejas evangélicas em todo o Brasil têm se apresentado para o serviço voluntário, não apenas esclarecendo seus membros sobre os cuidados necessários, mas também fazendo parcerias com órgãos competentes para ações relevantes na comunidade.
A vacina contra o Zika Vírus ainda pode demorar a chegar, mas é urgente uma ação efetiva para a solução de problemas estruturais brasileiros.

Aqui e ali, ouve-se acerca de episódios em que homens abandonam as suas companheiras logo que tomam conhecimento do diagnóstico da microcefalia no feto, assim como sobre a sugestão de muitos para que se interrompa essa gestação através do abortamento. Somar crueldade à tragédia não é uma opção no enfrentamento desse problema.
Ao coarmos o mosquito, é bom sempre lembrar que a crise maior é de hombridade; e os que sofrerão mais serão as mulheres e as crianças.

Se, como nação, postergarmos o investimento naquilo que é básico, invariavelmente nos ocuparemos apenas de ‘apagar os incêndios’.
O Zika é uma febre gravíssima que sinaliza outras mazelas nacionais.
Unamos esforços na luta contra o Aedes aegypti, combatendo consequências e causas.
Oremos pelo Brasil; oremos por nós mesmos.

Brasil, Fevereiro de 2016

Aliança Cristã Evangélica Brasileira

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