Encontro Renas Sul e Sudeste: Equidade na Prática
Equidade na Prática foi o tema central do Encontro Renas Sul e Sudeste que aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro, na Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte. Com aproximadamente 70 participantes, os dois dias foram de reflexão sobre a prática da equidade em várias frentes da sociedade, através dos projetos sociais apresentados.
Equidade: entre o discurso e a prática
Tendo a Bíblia como referência, o painel enriqueceu o saber através da sistematização de textos bíblicos. O Pr. Christian Gillis, da Igreja Batista da Redenção, iniciou o encontro com uma profunda reflexão bíblica discorrendo a importância da palavra equidade nos textos do Antigo e Novo Testamentos. Utilizou também de recursos de significado histórico e cultural da palavra.
Em seguida, o Pr. David Júnio, expos algumas características que podem colaborar para um distanciamento do discurso e da prática da equidade.
1. Insensibilidade (Lc10:25-37) – “Sem sombra de dúvida a força da mídia na valorização das más notícias, a naturalização do pecado e a alienação virtual tem afetado a nossa capacidade de ver outro como sujeito de direitos.”
2. Inoculação (Mt 21:28-32) – “Introduzimos iniciativas com finalidade curativa, mas não avançamos para o bom termo.”
3. Vaidade (Rm 12.3) – “Não tenho dúvidas que o impacto de muitas das nossas iniciativas são administradas por Deus e talvez até minimizadas por causa do nosso coração altivo.”
A criança e o adolescente em situação de acolhimento e adoção
O dia seguiu com o segundo painel. Patrick Reason, da REPAS, abordou a questão da família contemporânea e o projeto de Deus. Com base bíblica no texto de João 19:25-27, Patrick afirma que “nós temos o conceito de família substituta empoderado na cruz.”
Clenir Xavier, diretora internacional da Lifewords – Projeto Calçada e representante do CONANDA, esclareceu a diferenciação e o papel correto de abrigo, casa lar, casa de passagem, bem como a diferença entre acolhimento familiar e família acolhedora. “Pobreza não é justificativa de alguém perder o direito de ser pai de uma criança.” – afirmou Clenir.
A parte da tarde, do primeiro dia foi momento de partilhar iniciativas através de Lídia Pedrosa – Projeto Integração; Rede FALE, na pessoa de Caio Marçal – Ocupação Rosa Leão; Igreja Batista da Redenção – Projeto Fazenda Nova Esperança.
Jovens demais para morrer
A juventude esteve representada através de Viviane Moreira, Fórum das Juventudes; Liz Guimarães, Rede Fale; e, André Guimarães, Rede Fale.
A plenária se manteve atenta a tantas informações apresentadas sobre a situação do jovem no Brasil, em particular das classes mais pobres e da juventude negra. A posição da igreja foi questionada e avaliada através da problemática de se expor o evangelho da paz em meio ao genocídio da juventude negra. Além de abordar questões como maioridade penal e suas consequências e a assistência religiosa por direito.
Desastres ambientais e a igreja local
Quando um desastre ambiental acontece, a igreja cumpre seu papel imediato de ajuda às vítimas. Mas o que acontece depois que o mutirão acaba? Essa reflexão foi discutida através da prática de vida da Missionária Doroty, atuante em Barra Longa e de Rosângela Gomes, experiente em desastres como em Petrópolis e Nova Friburgo em 2011.
Ações de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes: a experiência da Campanha Bola na Rede – fase 2
Como parte da reflexão temática, mas também uma oportunidade única de apresentação de resultados, Renas Brasil, Renas Rio e Renas Ceará apresentaram números e testemunhos das ações realizadas com a Campanha Bola na Rede.
No Rio de Janeiro, o número de pessoas abordadas chegou à 22.285, com a participação de 900 voluntários e 83 igrejas e organizações.
Em Fortaleza, a caminhada do dia 18 de maio arrastou multidões e passa a ser um marco na cidade. Além disso, portas na mídia e no poder público são abertas para dialogar sobre o assunto e discutir soluções para a problemática.
O destaque neste painel foi a participação da adolescente Sheila Cyntra, voluntária da campanha. Através da vivência das ações nos jogos olímpicos e paraolímpicos, a adolescentes narrou situações de abordagem bem sucedidas e também de pré-conceitos vividos. “Através da campanha descobrimos nossos direitos. E, agradecemos a vocês, adultos, por isso.” – declarou.
Oficinas
O encontro prosseguiu com a realização de 4 oficinas:
1. Boas práticas no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, conduzida por Pr. Tarcísio Porto e Rosane Beatriz dos Santos, RENOVA;
2. Equidade de Gênero, com Liz Guimarães, REDE FALE e Renas Rio;
3. Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, Dr. James Pinheiro, REVTS/MG;
4. Libertodos: Prevenção Ao Tráfico de Pessoas – JOCUM
Para finalizar, uma grande roda de oração fechou o evento, com um momento de oração, logo após assistirem um vídeo com fotos do Encontro.
Os participantes declararam estar impressionados com tanta informação relevante que tem sido desenvolvida através dos projetos e redes.
“Várias pessoas me falaram que era a primeira vez que estavam aqui. E, se perguntavam como demoraram tanto para conhecer RENAS e que agora querem se envolver. Esse é o grande objetivo. Que a gente tenha despertado e mobilizado muitas pessoas para atuar em favor do Reino de Deus.” – finalizou Soraya Dias, integrante do grupo de coordenação Renas Brasil.
Confira aqui o vídeo resumo com as fotos.